sexta-feira, 28 de setembro de 2007

O BALÃO E A ILUSÃO

Comprei-te dois balões naquele dia,
um era azul, o outro era encarnado
e neles pus a minha fantasia
e a esperança de te ver encantado.
***
Era um dia igual a outro dia,
para mim sem qualquer novidade,
derretendo apenas a melancolia
nos balões azul e encarnado.
***
Dei-tos mas tu não os quiseste,
prendi-os com um cordel ao teu carrinho
e tu sacudiste-os e aborreceste.
***
Tinhas então dez meses meu filhinho
não podias ainda entender
a ilusão de um simples balãozinho.

8 comentários:

quintarantino disse...

Giro... simples, mas giro. Giro no sentido de belo...

Silvia Madureira disse...

é engraçado como tudo que as crianças fazem tem o seu encanto e o mais engraçado é ver o quanto os adultos se comovem e guardam para sempre estes momentos que para elas nada significou!

beijo

Alda Inácio disse...

Olha aí um pedacinho da alma materna mostrando-se nestes versos, gente ! És-tu bela? Finjo que não vejo este toque delicado e sutil da eterna mãe mulher ! Somo, não é? E quem não é?
Bjim com sabor de Brasil.

Sol da meia noite disse...

Ternurento, mas bem profundo...

Beijinhos!

José Lopes disse...

A reacção das crianças nem sempre corresponde ao que nós esperamos e a prendizagem de parte a parte é das tarefas que dá mais prazer, pelo sentimento da descoberta, que afinal também é feita pelos pais.
Boas recordações.
Cumps

7 disse...

Muito bem! De uma criação notável. Como se pode transformar em poesia um acto perfeitamente normal. Gostei...

quintarantino disse...

Cucoo... cuuuucoooo.... queremos mais.... cucooo, cuuuucoooo....

Tiago R Cardoso disse...

Simplesmente bonito.