terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

DOIS ANOS DEPOIS

Há dois anos que decidi encerrar este blogue. Porém, nunca fui capaz de o destruir. Era como se destruísse o registo de mim mesma. Mas será que vale a pena identificar esta parte de mim? No mundo duma Lídia mais racional talvez estes textos não façam muito sentido tanto mais agora que vou percorrendo o caminho solitário até ao fim.

Ontem fez dois anos que o Tó morreu. Foram 730 dias em que confrontei o vazio sem o encontrar. Em que tinha tanta coisa para lhe dizer e que reservei só para mim.
É o Alex que já está novamente comigo depois da mãe ter voltado a tentar mais uma vez o suicídio, de lhe roubar dinheiro do que eu lhe dava e de se endividar para lhe comprar o que não podia. O Alex voltou feito num caco e desta vez para não regressar. A esperança é a última coisa a morrer mas também morre. E a Xana não tem concerto.
É a luta que travo todos os dias para deixar mais ou menos arrumadas as minhas responsabilidades para com os outros para, quando partir, não se sentirem perdidos à procura de soluções que eu sempre encontrava.
É a tua ausência, amigo, que me faz sentir uma nostalgia imensa tão grande que fico forte ao pensar que nada temo depois deste vazio. E curiosamente não penso no Joaquim. Não sei se encontrou alguém ou está sozinho. Não sei se foram seus os êxitos profissionais ou os fracassos. Nem sequer sei se está vivo. E queres saber Tó? Eu não sei nada dele porque não procuro saber. É como um vento que soprou e que eu jamais conseguiria agarrar.
Mas de ti, Tó, tenho uma saudade imensa. Uma saudade tão grande que nem a sei a mim mesma explicar. A Margarida (a tua Margarida) tem um novo companheiro. A tua ex-mulher também voltou a casar. Ambas diziam que não podiam viver sem ti mas puderam. Eu nunca te disse isso mas está a ser tão difícil!...
Faltas-me tu para me responderes a isto. Sempre soubeste responder-me a todas as perguntas...
Eu nunca te amei, Tó, e tu nunca quiseste que fossemos amantes. Por isso te amo tanto. Por nunca te ter amado...

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